A religião e o sujeito
O sujeito procura um sentido para a vida, atrás de significados, de meios de se comunicar com o transcendente e principalmente força para enfrentar as situações do dia-a-dia. E para se sentir confortado vai à procura do discurso religioso.
Um discurso coercivo que utiliza de ilusões para controlar o sujeito, pois se faz presente pelo simbólico e não pelo real. Enquanto real não tem eficácia.
O sujeito, sentindo-se desamparado se apega às idéias religiosas que constroem a figura que toma o representante dessa religião, fazendo com que o sujeito controle o sentimento de desamparo.
Constroem um Deus que possa ser juiz daquilo que seria próprio do sujeito, colocando-o numa situação de se sentir amparado. Esse representante é convocado a apaziguar aquilo que chamamos de desamparo ou medo.
Se o discurso religioso não criasse essa imagem de Deus , seria difícil o homem construí-la, pois sua figura humana é fundamental para nos colocar dentro da cultura.
A figura de Deus é pesada e insuportável por ser tão perfeito, pois nos coloca numa condição de perfeição, mas nunca nos igualaremos a Deus. E mantemos esse supremo em nossa condição de culpa que a psicanálise chama de dívida paterna.
As doutrinas religiosas estão acima da razão. A razão não pode fazer parte de que são as idéias religiosas, porque a ilusão tem haver com a possibilidade de um desejo com relação a uma proteção.
O que mantém a esse discurso que não nos matamos um ao outro (como seria de nossa natureza), há uma interdição de Deus (forma que a sociedade achou para se manter e não ser exterminada).
O discurso religioso tem o papel de incluir a experiência de vida de todos e fazer com que sejam tratados com igualdade, dentro da sua experiência, do seu modo de compreender e viver a fé, a sua religiosidade. Um ambiente plurarista de crescimento em conjunto de forma que todos se complementem.
Rosiane/2002
Nenhum comentário:
Postar um comentário